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sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Síndrome de Stendhal

 

À frente das buscas por um terrível e misterioso serial killer, uma jovem policial é acometida por uma doença rara que a faz ter alucinações. A partir de então, a jovem policial irá mergulhar em um universo inebriante e macabro, sem condições de descobrir se o inferno que está vivenciando é realidade ou faz parte de suas alucinações.

Síndrome de Stendhal, também conhecido como Síndrome Mortal, é um filme italiano do subgênero Giallo, originalmente lançado em 1996, dirigido por Dario Argento e estrelado por Asia Argento, Thomas Kretschmann e Marco Leonardi.

O cinema de Dario Argento impressiona pela sua estética concomitantemente violenta e bela. A violência, é preciso dizer, não está contida somente no elemento figurativo. Trata-se, sobretudo,  da violência contida na própria imagem e seus ataques estéticos ou, para dizer como Gilles Deleuze em relação ao que de melhor houve no cinema clássico, uma “violência da imagem-movimento desenvolvendo suas vibrações em uma sequência móvel que mergulha em nós” (DELEUZE, 2018, p. 228-229). Esta é, certamente, a beleza que as imagens produzidas por Dario Argento nos proporcionam. É assim em Síndrome de Stendhal, clássico "tardio" do mestre do horror europeu.

O espectador é alvejado por uma série de estímulos sensoriais advindos de um “vetor louco” que sobrepõe imagens heterogêneas sem qualquer relação causal. O filme segue construindo uma atmosfera de estranhamento. A sequência inicial é uma espécie de imagem-sonho ou, para nos aproximarmos mais do universo sombrio de Argento, imagem-pesadelo. O universo visual sombrio é construído a partir de uma experiência cotidiana, sem nenhuma relação com o sobrenatural. Trata-se de uma visita ao museu. Em Argento, o medo não advém do desconhecido, mas, ao contrário, do conhecido, da superfície das coisas que habitam o cotidiano. O medo mais profundo é suscitado na superfície dos objetos. As formas se sobrepõem em um universo tátil macabro.

Em Síndrome de Stendhal, os objetos artísticos se traduzem como um grito vital dos mortos em direção ao universo moribundo dos vivos. Inicia-se, então, o horror sensorial de Argento, no qual formas, cores, sons, e ritmos entram em conjunção virtual para, em um único golpe certeiro, mergulhar no âmago do espectador. Um choque provocado por uma violência sensorial. Interessa menos os diálogos, a história, do que o que está por trás da história e dos diálogos e que os tornam possíveis: uma estética sensorial sombria que emana do cotidiano mais banal. Os sons de fundo se sobrepõem aos sons do primeiro plano. Tudo está em tudo. Horror de superfície. Horror literal, sem metáfora ou metonímia. O que está em jogo são os fenômenos sensoriais que atravessam os personagens e a história. E, evidentemente, atravessam também o espectador. Vísceras, fluxos, amnésias, alucinações: Síndrome de Stendhal é literalmente uma experiência inebriante. Todas as vibrações imagéticas e sonoras magistralmente construídas contam uma história recheada de suspense, reviravoltas e acontecimentos absurdos: a marca de Dario Argento. Recomendo incondicionalmente.

 

Título Original: The Stendhal Syndrome  aka La sindrome di Stendhal (1996)
Cor: Colorido
Região do DVD: Todas
Legenda: Português
Idiomas / Sistema de Som:

Inglês - Dolby Digital 2.0
Formatos de Tela: Widescreen

 

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