Uma das características mais interessantes da linguagem do cinema é o seu trabalho com metáforas e analogias. Os melhores cineastas sabem muito bem mobilizar estes recursos e o resultado são obras primas que, além de nos entreter, passam mensagens críticas e nos fazem refletir.
No que tange ao universo de zumbis, mortos vivos e vampiros, vários foram os filmes que fizeram o uso de metáfora para passar uma mensagem de crítica social. Logo na estréia dos zumbis no cinema, com a obra prima White Zombie (1932), vemos uma das mais duras críticas à clivagem de classe. Os zumbis trabalham em um engenho de açúcar, e o proprietário, interpretado pela lenda Bela Lugosi, faz questão de dizer que são trabalhadores dóceis, não sindicalizados e que não reclamam de trabalhar excessivamente. Um filme como White Zombie jamais poderia ter sido produzido após o código Hays, que começou a ser aplicado a partir de 1934 e instaurou a censura no cinema americano, determinando o que seria “moralmente aceitável” nos filmes.
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O Zumbi Branco / White Zombie (1932) |
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O Zumbi Branco / White Zombie (1932) |
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Bela Lugosi e Florence Wix em Drácula (1931) |
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A Noite dos Mortos Vivos / Night of the Living Dead(1968) |
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Epidemia de Zumbis / Plague Of The Zombies (1966) |
Referências:
ZIZEK, Slavoj. Lacrimae Rerum - Ensaios Sobre Cinema Moderno. Boitempo editorial. 2018.
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